quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

   Caríssima Secretaria da Educação do Estado de São Paulo,

   Através destas linhas venho manifestar a minha mais completa e gritante indignação perante as políticas educacionais adotadas por esta entidade, o que me coloca em profundo desprazer, descontentamento e tristeza. Não estou querendo parecer dramática, mas os impasses que se levantam diante da paradoxal contradição entre teoria e prática são de deixar estes pobres professores da rede estadual de cabelo em pé.
   Não preciso aqui discursar sobre a importância da educação garantida por lei e decreto ser gratuita à todas as crianças e adolescentes do país, estando diretamente inserida nos direitos humanos da criança e do adolescente. No entanto, o que se vê nesse Estado de São Paulo, em decorridos anos em que o Partido da Social Democracia Brasileira, o odioso e repugnante PSDB, vem governando, vemos os destinos de crianças e adolescente, no que diz respeito à qualidade na educação, serem prejudicados por mesquinharias políticas e tentativas de suprimir a dignidade e importância histórica do professor. Este partido político coloca a educação como última prioridade de governo deixando clara sua visão elitista e separatista que vê na inocência do povo seus meios de reeleição. Estas pessoas que ocupam esta secretaria e as fileiras desse partido certamente nunca precisaram de um serviço público e de fato não conhecem a realidade de milhares de crianças, adolescente E professores das escolas públicas. Não compreendem que ali há vontade de aprender e sede de ensinar independente do que se comeu no almoço ou no jantar, se é ovo frito ou caviar. São pessoas, seres humanos e não números. Lindas as propostas pedagógicas e leis burocráticas que vocês escrevem mas APENAS no papel.
   Minha situação: Sou recém formada professora de Sociologia. Iniciei minha profissão no ano passado e por não ser concursada me colocaram numa categoria denominada “O” seja lá o que isso signifique. Cerca de 15 mil professores no Estado se inserem na minha situação. Ou seja, se 15 mil professores dão aula nessa categoria significa que não existe professores concursados o suficiente para atender à demanda de aulas desse Estado. Na última gestão Serra criou-se um contrato com início e fim para esta categoria, bem aos modos capitalistas de empresa. Porém nesse contrato havia uma cláusula que após o encerramento desse devemos ficar afastados do Estado por 200 dias! Uma quarentena para que não se crie vínculo com o Estado já que não somos concursados. Mas me respondam: Como o Estado vai dar conta de colocar professores no lugar desses 15 mil que ficarão afastados? E o que esses 15 mil farão, em caráter de urgência, para pagar aluguel, sustentar filhos e etc.?
   A Secretaria da Educação do alto de sua majestosa e elitista posição não consegue reconhecer erros e FUROS absurdos em suas políticas educacionais e acaba por dar um tiro no pé!
   Fico assim, sem poder exercer profissão sabendo que professores de história, filosofia ou eventuais da área de matemática possam estar ensinando Sociologia para os meus alunos. Como iniciante sou bombardeada de desestímulos.
   Mas aí chegamos no propósito dessa Secretaria. Para quê educação de qualidade para aqueles que não podem pagar por uma? Esta é a pressão para as privatizações onde para os menos favorecidos só restam as migalhas, como se não fossem sujeitos da construção política e social do país.

         O meu mais mortal ódio à esta instituição.
         Thais

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