segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Talvez a supressão do vocabulário cotidiano tenha me incentivado a digitar algumas palavras.  Até jornalista já quis ser. Quantas marias já sonhei! Fato é que o costume de escrever tinha morrido. Certa vez comentei com alguém que o motivo deveria estar ligado à Universidade. Cursar Ciências Sociais fez com que eu me sentisse completamente péssima nas palavras, como se eu estivesse proferindo algo que pudesse ser contestado à qualquer momento. Quantas vezes não me senti a personificação do “senso comum”. Uma fotografia que eu tirasse faria com que eu me sentisse uma idiota perto das discussões de arte, literatura e sociedade dentro da academia. Tudo acabava se tornando amador e passível de julgamentos. Isso no início, e quando menos percebi o meu grito de liberdade acabou (a faculdade acabou). Algumas coisas amadureceram e a única coisa que se profissionalizou foi a antiga vontade de dar aulas na rede pública. E ter me infiltrado na Sociologia/Antropologia foi libertador/aprisionador. Hoje se mistura com a minha identidade.
Agora, estou fora do centro do saber (freqüento aulas na USP para concluir o bacharelado mas quase como uma Maria estrangeira) tentando proferi-lo dentro das salas de aulas. Todos aqueles textos e vocabulários “pomposos” caíram por terra quando tive que quase suplicar para uma sala lotada de 45 adolescentes de 15 anos prestarem atenção no mínimo  em 10% do que eu estava tentando falar. De repente a realidade fora da faculdade exige uma militância...pelo menos para que eu mantenha a sanidade e não caia na barbárie.
Contextualizando e justificando a existência deste espaço, se resume na tentativa de uma jovem Maria professora tentar abstrair, distrair, discutir, sei lá. O que for...
Viva a internet, o cinema, os beatles,  o teatro, a literatura, a TV a cabo, a cerveja, o café, o chocolate e até a Lady Gaga... não barbarizemos. Isso se já não somos “bárbaros”?!

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