sábado, 28 de agosto de 2010

"É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi"

Marina Hungria
Não é novidade esta observação: São Paulo amor e ódio. E quando olho para este céu cinza, ainda mais nestes dias em que a umidade relativa do ar despenca, fico questionando o fato de tantas pessoas adorarem esta cidade desconexa. Mas eu só consigo compreender quando estou dando tchau, pois é fácil sentir saudade desse lugar. A vivência parece solitária e cinza, pelo menos é o que vemos nos olhares das pessoas presas no ônibus, no ponto de ônibus, cochilando no metrô e se assustando com a próxima parada. Mas alguns sorrisos e gentilezas se esboçam e isso eu gosto. Gosto também daquele grafite tão expressivo que nos arranca uma lágrima. Quem sou eu para falar de São Paulo? Uma interiorana de família interiorana de costumes interioranos (e eu juro que não estou falando isso pejorativamente). Aqui somos tão pequenos, mas podemos ser o que quisermos. 
Isto é fato mesmo para a Sociologia. Conhecer as teorias da Escola de Chicago de Sociologia no mesmo período em que descobri São Paulo foi no mínimo esclarecedor em alguns aspectos. Aspectos como a perda das referências tradicionais e familiares, o afrouxamento da antiga coerção, a criminalidade, o jovem...e por fim a criação dos guetos também não passa despercebida.
Enfim, não escreverei um artigo. Só deu uma vontadezinha de comentar São Paulo do alto de um apartamento com vista para a cidade cinza.




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