quarta-feira, 20 de março de 2013

Insônia

A gente fica tentando achar palavras para descrever a vida. Me apresso na resolução. Me apresso no pensamento, na vontade, no futuro. “Para menina!” Deixa o tic tac fazer t-i-c t-a-c b-e-e-m d-e-v-a-g-a-r. É um processo: Inspira (enche a barriga) e expira (encolhe a barriga) pelo menos umas três vezes lentamente para ter algum efeito.
Começo a buscar os mantras, os florais, as palavras de fé... o sinal tá apitando. É nessas horas que menos creio na ciência, embora ela esteja incrustada em mim. Bendita ou maldita seja!
Essa pressão de escrever 50 páginas de ciência em um mês e meio algum efeito iria ter. Eu sabia. Que falta me faz as conversas dos adolescentes nas salas de aula, sejam para proferir bobagens ou dizer que gostavam das minhas aulas...
 E no meio de tudo isso um brotinho nascendo. Um lampejo de vida. Aquela planta que vi no concreto da Avenida Paulista hoje. Aquela música que tocou na rádio e falava comigo. Aquele livro que eu comprei e tinha uma poesia sobre nós. Aquele feijão que eu temperei e ficou bom. Aquele capuccino que eu tomei e me despertou. Aquela amiga que trancou o mestrado para curtir a filha que nasceu. Aquela menina que sentou do meu lado e dividiu o texto na aula. Aquele conhecido que compartilhou uma música linda da minha adolescência...
 Não, eu não estou infeliz com esse tanto de coisa. É só a cabeça e o coração que não sabem organizar e aí dão os seus sinais nas insônias e nas ansiedades. Mas já já os dois dão as mãos e encontram o caminho =)

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